Criação da Freguesia
Desde seus primórdios, a população do modesto povoado marítimo chamado Barra do Acaraú, desejava a criação de sua Freguesia.
Não obstante, uma dificuldade quase insuperável vinha criando sérios obstáculos a satisfação dessa justa aspiração coletiva; era a longa distância que o separava da Capital, de par com a escassez de prestigio daqueles que se encontravam a frente ou direção do lugarejo.
A 12 de setembro de 1866 foi criada a Freguesia de Almofala, outro povoado marítimo vizinho, localizado quase a foz do rio Aracati-mirim. Tal fato agiu como uma ducha de água fria, no seio da comunidade acarauense e que perdeu, então, metade de suas minguadas reservas de esperança,
Todavia, por influência, talvez, de colonos estrangeiros que aqui vinham chegando e aqui vinham ficando, a Regência Trina, composta dos corifeus, brigadeiro Francisco de Lima e Silva, e deputados João Brandão Muniz e José da Costa Carvalho, a 5 de setembro de 1832, sancionou e deu publicidade ao Decreto Imperial da mesma data, criança a Freguesia da Barra do Acaraú.
Desta maneira estava satisfeito um antigo deseja daquele povo trabalhador e ordeiro. Fora criada, finalmente, a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Acaraú.
A Matriz
Ao longo dos anos e dos séculos, em todos os oito e meio quilômetros quadrados que integram a superfície do nosso glorioso Brasil- Terra de Santa Cruz - a formação de um aglomerado humano teve inicio, quase sempre, com uma capelinha.
Geralmente, em torno dessa capelinha, as moradias foram sendo construídas, e, ao sopro do progresso, a povoação foi-se ampliando com novas ruas e praças, à medida que a população ia aumentando e prosperando.
Consoante assevera o escritor Gustavo Barroso, "é a capela que surge, a igreja que a substitui e, enfim, a matriz em torno da qual a vila é formada e ali se transforma em cidade. Preside a tudo o espírito cristão. E a sombra da cruz que assim, povoa e civiliza o deserto".
Foi isto mesmo que sucedeu em Acaraú. Como dissemos, as primeiras casas aqui levantadas, foram dispostas em ruas, no objetivo de formar-se um amplo quadrilátero.
Dizem que no meado do século XVIII os moradores da povoação de Acaraú, localizada quase à embocadura do Rio das Garças, resolveram edificar uma capelinha, na qual seriam realizados os atos do culto cristão.
Então o Pe. Agostinho de Castro Moura, que naquela época residia no povoado de Almofala, a pedido dos representantes da Barra do Acaraú, aqui veio, para escolher um local conveniente onde deveria ser construído o pequeno templo.
Como era crível aquele sacerdote deu preferência exatamente ao ponto onde hoje se ergue a majestosa Igreja-Matriz de Acaraú, já pela conveniência do terreno; já em razão das moradias existentes no local.
A população ficou satisfeita com a escolha, e, de imediato, começou a construir a capela, que foi consagrada a Nossa Senhora. Entretanto, as condições financeiras dos interessados, não lhes permitiram fazer mais do que uma igrejinha de taipa, coberta de palha, pois a telha e o tijolo eram materiais de difícil aquisição, naquelas "priscas eras que bem longe vão".
O templo era de tão acanhadas dimensões que, no ano de 1849 aqui esteve, em Visita Pastoral, a Cônego Antônio Pinto de Mendonça, a qual deixou de realizar uma cerimônia solene, "porque a dita casa de oração não tem capacidade para isso".
O eminente historiador F. Sadoc de Araújo afirma ˜o POVO de 14.11. 82 - que "não encontrou, até hoje, qualquer documento que faça menção a essa capela".
Na verdade, em nosso livro "Município de Acarau", publicado em 1971, dissemos que nos faltavam documentos idôneos, motivo porque os informes que ali registramos sobre referido templo, foram colhidos na tradição oral, única fonte de que então podemos dispor, e que nos deu a capelinha como levantada em 1749.
O saudoso Bispo D. José Tupinambá da Frota, em seu precioso livro "Historia de Sobral", 1ª ed. pag. 31, informa que, no tempo das charqueadas - 1745/1790 - "era incessante o trânsito entre a Vila de Sobral e o porto de Acarau", e que "não menos de 900 carros trafegavam continuamente nos meses do verão".
Dai se pode concluir que o número de moradores da Barra do Acaraú já era relativamente apreciável. E dado a espírito religioso da época, e fácil acreditar-se que então houvesse um local próprio onde as fieis se reunissem para o exercício do culto, em comum. E foi isto, exatamente, o que nos levou a crer no que então nos informaram sabre aludida capelinha.
E acresce que ate hoje não tínhamos conhecimento da "Ermida de Nossa Senhora da Guia", construída, pelo Pe. Francisco Gonçalves Ferreira Magalhães, em 1815, e mencionada por Mons. Sadoc, em seu utilíssimo trabalho publicado em O POVO. E provável, até, que nossos informantes a confundissem com a igrejinha de paredes de taipa a que aludimos tanto em "Município de Acaraú" como no presente livreto.
Com as recomendações do Cônego Mendonça, o Vigário Antônio Xavier sentiu a necessidade de reformar a igrejinha que já tinha foros de Matriz. Convocou, então, a população toda, a começar pelos mais recursados. E graças ao seu trabalho e a colaboração da comunidade, dentro de pouco tempo a capelinha foi substituída por uma igreja de alvenaria, coberta de telhas.
Para dirigir os trabalhos dessa construção, o Vigário nomeou uma Comissão composta a dos Srs. Albano Jose da Silveira, Raimundo Nonato de Araujo Costa e dele próprio.
Posteriormente, o renomado missionário, Pe. Jose Antônio Ibiapina também trabalhou na Matriz, dotando-a de alguns melhoramentos.
Entre os anos de 1878 e 1879, a Comissão designada pelo Governo Provincial, para distribuir alimentos aos flagelados da seca, aproveitando o plano de reforma do Pe. Ibiapina, mandou construir algumas obras na Matriz. Em 1902, o Pe. Joaquim Severiano de Vasconcelos, por determinação do Pe. Antônio Tomás, mandou construir naves laterais e substituir o teto.E de 1926/28 o Pe. José Arteiro Soares mandou forrar o teto e construir dois altares.
Em 1931 assumiu o cargo de Vigário da Paróquia de Acarau o Pe. Sabino de Lima Feijão. Jovem, vontadoso e dinâmico, pensou logo em uma reforma total na Matriz, serviço que teve inicio a 2 de setembro de 1943. O arquiteto e escultor italiano, Agostinho Baume Odísio foi contratado para superintender os trabalhos. Chamou, então, uma equipe de artistas e operários, e a obra teve inicio em ritmo acelerado.
Assim, no ano da graça de 1947, a 28 de novembro, teve sua festiva inauguração a nova Matriz de Acarau, com a benção, por S. Exa. Dom Jose Tupinambá, da Frota. Trata-se de um dos templos mais belos do interior do Ceará. Segundo opinião de Dom Edmilson Cruz, "a nossa Matriz avulta entre os demais templos do interior e de muitos da Capital do nosso Estado e quiçá do Nordeste, como uma vitoriosa exceção, pela majestade de seu conjunto e pela beleza de suas linhas arquitetônicas" .
A Matriz cobre uma área construída de 2. 460m2, com um carrilhão composto de 7 sinos. Sua torre mede 45 metros, tendo no alto uma bela escultura de Cristo, de braços abertos.
O atual Vigário de Acaraú, Mons. José Edson Magalhães, que desde sua posse no cargo, vem imprimindo um ritmo novo aos trabalhos de pastoral, pondo em prática um programa de ação evangélica verdadeiramente admirável, tem dotado aquela Matriz dos requisitos necessários ao conforto dos fieis que ali assistem os atos cristãos.
E assim que, alem das periódicas limpezas gerais do enorme prédio, em 1972 foi ali instalado um serviço de som com 9 alto-falantes. E a 15 de julho de 1978, novo equipamento sonoro teve a Matriz, com 16 alto-falantes e 3 microfones, alem de 11 ventiladores.
Sesquicentenário da Paróquia
Neste ano de 1982 transcorre o 150.° aniversario da Paróquia de Acaraú, que foi criada a 5 de setembro de 1832.
Mons. José Edson Magalhães, dinâmico Vigário desta unidade da Diocese de Sobral, desde a Festa de N. S. da Conceição, sua Padroeira, vem promovendo a comemoração deste magno acontecimento histórico e religioso de nossa terra, e o vem fazendo com especial devotamento.
A Igreja Matriz vem sendo sensivelmente beneficiada, desde a construção de calçadas suplementares até a substituição do teto. Igualmente está sendo feito um novo revestimento de paredes externas, bem como a pintura interna e externa, que foi totalmente renovada. A instalação elétrica foi totalmente substituída, visando a uma iluminação mais eficiente e mais copiosa. Ao mesmo tempo vem sendo realizado um vasto programa de atos religiosos alusivos ao Sesquicentenário. E uma Missão de frades do Convento de São Francisco da Bahia, em breve estará realizando pregações em todas as Paróquias da Região do Baixo Acaraú.
Imagens da Padroeira
A primitiva imagem de Nossa Senhora, Padroeira da capela e depois Matriz de Acaraú, ao que nos consta, através da tradição oral, era uma escultura da Virgem, pequenina e grosseira, trabalhada em cerâmica.
Entretanto, no ano de 1832, quando foi criada a Freguesia de Acaraú, um grupo de senhoras aqui se organizou em comissão, com a finalidade de angariar recursos, para a compra de uma escultura maior, já que a capela fora ,elevada a Matriz.
E trabalharam de tal maneira, essas senhoras, que, em 1838, quando o Pe. Antônio Xavier assumiu o múnus paroquial nesta cidade, já encontrou no altarzinho outra imagem, medindo 80 centímetros de tamanho e esculturada em madeira.
No transfluir dos anos, como vimos, a nossa Igreja Matriz passou por algumas reformas, sendo convenientemente ampliada. Fazia-se preciso, por isto mesmo, que o vulto da Padroeira tivesse dimensões condizentes com as dimensões do altar-mor.
Então, no ano de 1889, o nosso eminente conterrâneo, Comendador Antônio de Miranda Araújo, autorizou o Pe. Antônio Tomás, então Vigário de Acaraú, a fazer encomenda de uma nova escultura da Virgem da Conceição, cujas despesas correriam par conta dele, Miranda Araújo. Encomendada a imagem, a Casa Açucena, no Rio de Janeiro, a mesma aqui chegou no final do mesmo ano. Sua bênção efetuou-se a 11 de março de 1900; sendo oficiante o Vigário Antônio Tomás, com extraordinário comparecimento de fiéis.
Mencionada escultura, trabalhada em madeira, mede 180 centímetros e é uma primorosa obra de arte sacra, que ainda se acha no altar da Matriz.
Capela de Santo Antônio
Ao que estamos informados, no 1º quartel do século XIX foi levantada aqui uma capelinha em honra de Santo Antônio, localizada no lugar onde se construiu o Grupo Escolar 7 de Setembro (hoje Escola de 1º Grau Pe. Antônio Tomás).
Este templo foi mandado edificar pelo Pe. Luiz Martins dos Santos Araújo, que no mesmo foi sepultado, tal como desejava em vida.
Antônio Bezerra assim alude à referida igrejinha: "Não longe da Rua da Municipalidade existe outra capelinha que foi levantada em honra de Santo Antônio; mas atualmente permanece em completo abandono". Aludida capela foi mandada demolir, pelo Vigário Antônio Xavier, em 1885.
A capela consagrada a São Benedito e localizada na Rua Vigário Xavier, se deve ao Major Francisco Theófilo Ferreira, e foi construída em 1870. Sua benção foi oficiada em 1873, pelo Pe. Jerônimo Tome da Silva, o qual chegou a ser Arcebispo Primaz do Brasil, na Bahia.
Antônio Bezerra fala das festas memoráveis ali realizadas, com enorme afluência de fiéis. Em 1981 a tradicional capela a passou por uma reforma, isto e, foi pintada totalmente e teve suas portas substituídas. O trabalho dirigido pela Sra. Izaura Rios, teve autorização do Mons. José Edson Magalhães.
Capela de São Sebastião
A capela de S. Sebastião, nesta cidade, foi construída as expensas e sob a direção do Sr. Raimundo Coelho de Albuquerque, nos anos de 1923/25. Sua inauguração se deu a 13 de dezembro de 1925, pelo Exmo. Sr. Dom José Tupinambá da Frota. Ali celebrou sua 1ª missa Mons. José Edson Magalhães o qual auxiliado por seu tio, Manoel Oliveira Magalhães, vem conservando o lindo templo.
Neste ano de 1982, o Sr. Manoel Oliveira Magalhães procedeu a um notável• melhoramento na igrejinha. Assim e que a mesma foi protegida par uma grade de ferro pintado, com pé de cimento e alvenaria; um trabalho perfeito e eficiente de que estava carecendo mencionado templo.
A Festa anual de S. Sebastião e das mais concorridas desta Paróquia.
Desde seus primórdios, a população do modesto povoado marítimo chamado Barra do Acaraú, desejava a criação de sua Freguesia.
Não obstante, uma dificuldade quase insuperável vinha criando sérios obstáculos a satisfação dessa justa aspiração coletiva; era a longa distância que o separava da Capital, de par com a escassez de prestigio daqueles que se encontravam a frente ou direção do lugarejo.
A 12 de setembro de 1866 foi criada a Freguesia de Almofala, outro povoado marítimo vizinho, localizado quase a foz do rio Aracati-mirim. Tal fato agiu como uma ducha de água fria, no seio da comunidade acarauense e que perdeu, então, metade de suas minguadas reservas de esperança,
Todavia, por influência, talvez, de colonos estrangeiros que aqui vinham chegando e aqui vinham ficando, a Regência Trina, composta dos corifeus, brigadeiro Francisco de Lima e Silva, e deputados João Brandão Muniz e José da Costa Carvalho, a 5 de setembro de 1832, sancionou e deu publicidade ao Decreto Imperial da mesma data, criança a Freguesia da Barra do Acaraú.
Desta maneira estava satisfeito um antigo deseja daquele povo trabalhador e ordeiro. Fora criada, finalmente, a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Acaraú.
A Matriz
Ao longo dos anos e dos séculos, em todos os oito e meio quilômetros quadrados que integram a superfície do nosso glorioso Brasil- Terra de Santa Cruz - a formação de um aglomerado humano teve inicio, quase sempre, com uma capelinha.
Geralmente, em torno dessa capelinha, as moradias foram sendo construídas, e, ao sopro do progresso, a povoação foi-se ampliando com novas ruas e praças, à medida que a população ia aumentando e prosperando.
Consoante assevera o escritor Gustavo Barroso, "é a capela que surge, a igreja que a substitui e, enfim, a matriz em torno da qual a vila é formada e ali se transforma em cidade. Preside a tudo o espírito cristão. E a sombra da cruz que assim, povoa e civiliza o deserto".
Foi isto mesmo que sucedeu em Acaraú. Como dissemos, as primeiras casas aqui levantadas, foram dispostas em ruas, no objetivo de formar-se um amplo quadrilátero.
Dizem que no meado do século XVIII os moradores da povoação de Acaraú, localizada quase à embocadura do Rio das Garças, resolveram edificar uma capelinha, na qual seriam realizados os atos do culto cristão.
Então o Pe. Agostinho de Castro Moura, que naquela época residia no povoado de Almofala, a pedido dos representantes da Barra do Acaraú, aqui veio, para escolher um local conveniente onde deveria ser construído o pequeno templo.
Como era crível aquele sacerdote deu preferência exatamente ao ponto onde hoje se ergue a majestosa Igreja-Matriz de Acaraú, já pela conveniência do terreno; já em razão das moradias existentes no local.
A população ficou satisfeita com a escolha, e, de imediato, começou a construir a capela, que foi consagrada a Nossa Senhora. Entretanto, as condições financeiras dos interessados, não lhes permitiram fazer mais do que uma igrejinha de taipa, coberta de palha, pois a telha e o tijolo eram materiais de difícil aquisição, naquelas "priscas eras que bem longe vão".
O templo era de tão acanhadas dimensões que, no ano de 1849 aqui esteve, em Visita Pastoral, a Cônego Antônio Pinto de Mendonça, a qual deixou de realizar uma cerimônia solene, "porque a dita casa de oração não tem capacidade para isso".
O eminente historiador F. Sadoc de Araújo afirma ˜o POVO de 14.11. 82 - que "não encontrou, até hoje, qualquer documento que faça menção a essa capela".
Na verdade, em nosso livro "Município de Acarau", publicado em 1971, dissemos que nos faltavam documentos idôneos, motivo porque os informes que ali registramos sobre referido templo, foram colhidos na tradição oral, única fonte de que então podemos dispor, e que nos deu a capelinha como levantada em 1749.
O saudoso Bispo D. José Tupinambá da Frota, em seu precioso livro "Historia de Sobral", 1ª ed. pag. 31, informa que, no tempo das charqueadas - 1745/1790 - "era incessante o trânsito entre a Vila de Sobral e o porto de Acarau", e que "não menos de 900 carros trafegavam continuamente nos meses do verão".
Dai se pode concluir que o número de moradores da Barra do Acaraú já era relativamente apreciável. E dado a espírito religioso da época, e fácil acreditar-se que então houvesse um local próprio onde as fieis se reunissem para o exercício do culto, em comum. E foi isto, exatamente, o que nos levou a crer no que então nos informaram sabre aludida capelinha.
E acresce que ate hoje não tínhamos conhecimento da "Ermida de Nossa Senhora da Guia", construída, pelo Pe. Francisco Gonçalves Ferreira Magalhães, em 1815, e mencionada por Mons. Sadoc, em seu utilíssimo trabalho publicado em O POVO. E provável, até, que nossos informantes a confundissem com a igrejinha de paredes de taipa a que aludimos tanto em "Município de Acaraú" como no presente livreto.
Com as recomendações do Cônego Mendonça, o Vigário Antônio Xavier sentiu a necessidade de reformar a igrejinha que já tinha foros de Matriz. Convocou, então, a população toda, a começar pelos mais recursados. E graças ao seu trabalho e a colaboração da comunidade, dentro de pouco tempo a capelinha foi substituída por uma igreja de alvenaria, coberta de telhas.
Para dirigir os trabalhos dessa construção, o Vigário nomeou uma Comissão composta a dos Srs. Albano Jose da Silveira, Raimundo Nonato de Araujo Costa e dele próprio.
Posteriormente, o renomado missionário, Pe. Jose Antônio Ibiapina também trabalhou na Matriz, dotando-a de alguns melhoramentos.
Entre os anos de 1878 e 1879, a Comissão designada pelo Governo Provincial, para distribuir alimentos aos flagelados da seca, aproveitando o plano de reforma do Pe. Ibiapina, mandou construir algumas obras na Matriz. Em 1902, o Pe. Joaquim Severiano de Vasconcelos, por determinação do Pe. Antônio Tomás, mandou construir naves laterais e substituir o teto.E de 1926/28 o Pe. José Arteiro Soares mandou forrar o teto e construir dois altares.
Em 1931 assumiu o cargo de Vigário da Paróquia de Acarau o Pe. Sabino de Lima Feijão. Jovem, vontadoso e dinâmico, pensou logo em uma reforma total na Matriz, serviço que teve inicio a 2 de setembro de 1943. O arquiteto e escultor italiano, Agostinho Baume Odísio foi contratado para superintender os trabalhos. Chamou, então, uma equipe de artistas e operários, e a obra teve inicio em ritmo acelerado.
Assim, no ano da graça de 1947, a 28 de novembro, teve sua festiva inauguração a nova Matriz de Acarau, com a benção, por S. Exa. Dom Jose Tupinambá, da Frota. Trata-se de um dos templos mais belos do interior do Ceará. Segundo opinião de Dom Edmilson Cruz, "a nossa Matriz avulta entre os demais templos do interior e de muitos da Capital do nosso Estado e quiçá do Nordeste, como uma vitoriosa exceção, pela majestade de seu conjunto e pela beleza de suas linhas arquitetônicas" .
A Matriz cobre uma área construída de 2. 460m2, com um carrilhão composto de 7 sinos. Sua torre mede 45 metros, tendo no alto uma bela escultura de Cristo, de braços abertos.
O atual Vigário de Acaraú, Mons. José Edson Magalhães, que desde sua posse no cargo, vem imprimindo um ritmo novo aos trabalhos de pastoral, pondo em prática um programa de ação evangélica verdadeiramente admirável, tem dotado aquela Matriz dos requisitos necessários ao conforto dos fieis que ali assistem os atos cristãos.
E assim que, alem das periódicas limpezas gerais do enorme prédio, em 1972 foi ali instalado um serviço de som com 9 alto-falantes. E a 15 de julho de 1978, novo equipamento sonoro teve a Matriz, com 16 alto-falantes e 3 microfones, alem de 11 ventiladores.
Sesquicentenário da Paróquia
Neste ano de 1982 transcorre o 150.° aniversario da Paróquia de Acaraú, que foi criada a 5 de setembro de 1832.
Mons. José Edson Magalhães, dinâmico Vigário desta unidade da Diocese de Sobral, desde a Festa de N. S. da Conceição, sua Padroeira, vem promovendo a comemoração deste magno acontecimento histórico e religioso de nossa terra, e o vem fazendo com especial devotamento.
A Igreja Matriz vem sendo sensivelmente beneficiada, desde a construção de calçadas suplementares até a substituição do teto. Igualmente está sendo feito um novo revestimento de paredes externas, bem como a pintura interna e externa, que foi totalmente renovada. A instalação elétrica foi totalmente substituída, visando a uma iluminação mais eficiente e mais copiosa. Ao mesmo tempo vem sendo realizado um vasto programa de atos religiosos alusivos ao Sesquicentenário. E uma Missão de frades do Convento de São Francisco da Bahia, em breve estará realizando pregações em todas as Paróquias da Região do Baixo Acaraú.
Imagens da Padroeira
A primitiva imagem de Nossa Senhora, Padroeira da capela e depois Matriz de Acaraú, ao que nos consta, através da tradição oral, era uma escultura da Virgem, pequenina e grosseira, trabalhada em cerâmica.
Entretanto, no ano de 1832, quando foi criada a Freguesia de Acaraú, um grupo de senhoras aqui se organizou em comissão, com a finalidade de angariar recursos, para a compra de uma escultura maior, já que a capela fora ,elevada a Matriz.
E trabalharam de tal maneira, essas senhoras, que, em 1838, quando o Pe. Antônio Xavier assumiu o múnus paroquial nesta cidade, já encontrou no altarzinho outra imagem, medindo 80 centímetros de tamanho e esculturada em madeira.
No transfluir dos anos, como vimos, a nossa Igreja Matriz passou por algumas reformas, sendo convenientemente ampliada. Fazia-se preciso, por isto mesmo, que o vulto da Padroeira tivesse dimensões condizentes com as dimensões do altar-mor.
Então, no ano de 1889, o nosso eminente conterrâneo, Comendador Antônio de Miranda Araújo, autorizou o Pe. Antônio Tomás, então Vigário de Acaraú, a fazer encomenda de uma nova escultura da Virgem da Conceição, cujas despesas correriam par conta dele, Miranda Araújo. Encomendada a imagem, a Casa Açucena, no Rio de Janeiro, a mesma aqui chegou no final do mesmo ano. Sua bênção efetuou-se a 11 de março de 1900; sendo oficiante o Vigário Antônio Tomás, com extraordinário comparecimento de fiéis.
Mencionada escultura, trabalhada em madeira, mede 180 centímetros e é uma primorosa obra de arte sacra, que ainda se acha no altar da Matriz.
Capela de Santo Antônio
Ao que estamos informados, no 1º quartel do século XIX foi levantada aqui uma capelinha em honra de Santo Antônio, localizada no lugar onde se construiu o Grupo Escolar 7 de Setembro (hoje Escola de 1º Grau Pe. Antônio Tomás).
Este templo foi mandado edificar pelo Pe. Luiz Martins dos Santos Araújo, que no mesmo foi sepultado, tal como desejava em vida.
Antônio Bezerra assim alude à referida igrejinha: "Não longe da Rua da Municipalidade existe outra capelinha que foi levantada em honra de Santo Antônio; mas atualmente permanece em completo abandono". Aludida capela foi mandada demolir, pelo Vigário Antônio Xavier, em 1885.
A capela consagrada a São Benedito e localizada na Rua Vigário Xavier, se deve ao Major Francisco Theófilo Ferreira, e foi construída em 1870. Sua benção foi oficiada em 1873, pelo Pe. Jerônimo Tome da Silva, o qual chegou a ser Arcebispo Primaz do Brasil, na Bahia.
Antônio Bezerra fala das festas memoráveis ali realizadas, com enorme afluência de fiéis. Em 1981 a tradicional capela a passou por uma reforma, isto e, foi pintada totalmente e teve suas portas substituídas. O trabalho dirigido pela Sra. Izaura Rios, teve autorização do Mons. José Edson Magalhães.
Capela de São Sebastião
A capela de S. Sebastião, nesta cidade, foi construída as expensas e sob a direção do Sr. Raimundo Coelho de Albuquerque, nos anos de 1923/25. Sua inauguração se deu a 13 de dezembro de 1925, pelo Exmo. Sr. Dom José Tupinambá da Frota. Ali celebrou sua 1ª missa Mons. José Edson Magalhães o qual auxiliado por seu tio, Manoel Oliveira Magalhães, vem conservando o lindo templo.
Neste ano de 1982, o Sr. Manoel Oliveira Magalhães procedeu a um notável• melhoramento na igrejinha. Assim e que a mesma foi protegida par uma grade de ferro pintado, com pé de cimento e alvenaria; um trabalho perfeito e eficiente de que estava carecendo mencionado templo.
A Festa anual de S. Sebastião e das mais concorridas desta Paróquia.
Fonte: Acaraú cidade centenária - Nicodemos Araújo
por Totó Rios
por Totó Rios