terça-feira, 11 de setembro de 2012

A Paróquia de Acaraú celebra seus 180 anos de Evangelização


A Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Acaraú completou no ultimo dia 5 de setembro 180 anos de sua existência.
Foi celebrado um tríduo em preparação à data festiva. O tríduo teve inicio na quarta feira (5), estendendo-se até sexta feira (7). A Festa maior foi sábado (8), onde os fiéis participaram em massa da Celebração Eucarística e prestaram suas homenagens à Paróquia.
Terminada a Santa Missa, os paroquianos se reuniram em frente a Matriz para cantar os parabéns e partilhar o bolo.

Histórico da fundação:
Criação da Freguesia
Desde seus primórdios, a população do modesto povoado marítimo chamado Barra do Acaraú, desejava a criação de sua Freguesia.
Não obstante, uma dificuldade quase insuperável vinha criando sérios obstáculos a satisfação dessa justa aspiração coletiva; era a longa distância que o separava da Capital, de par com a escassez de prestigio daqueles que se encontravam a frente ou direção do lugarejo. 

A 12 de setembro de 1866 foi criada a Freguesia de Almofala, outro povoado marítimo vizinho, localizado quase a foz do rio Aracati-mirim. Tal fato agiu como uma ducha de água fria, no seio da comunidade acarauense e que perdeu, então, metade de suas minguadas reservas de esperança,todavia, por influência, talvez, de colonos estrangeiros que aqui vinham chegando e aqui vinham ficando, a Regência Trina, composta dos corifeus, brigadeiro Francisco de Lima e Silva, e deputados João Brandão Muniz e José da Costa Carvalho, a 5 de setembro de 1832, sancionou e deu publicidade ao Decreto Imperial da mesma data, criando a Freguesia da Barra do Acaraú.
Desta maneira estava satisfeito um antigo desejo daquele povo trabalhador e ordeiro. Fora criada, finalmente, a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Acaraú. 

A Matriz 
Ao longo dos anos e dos séculos, em todos os oito e meio quilômetros quadrados que integram a superfície do nosso glorioso Brasil- Terra de Santa Cruz - a formação de um aglomerado humano teve inicio, quase sempre, com uma capelinha.
Geralmente, em torno dessa capelinha, as moradias foram sendo construídas, e, ao sopro do progresso, a povoação foi-se ampliando com novas ruas e praças, à medida que a população ia aumentando e prosperando. 

Consoante assevera o escritor Gustavo Barroso, "é a capela que surge, a igreja que a substitui e, enfim, a matriz em torno da qual a vila é formada e ali se transforma em cidade. Preside a tudo o espírito cristão. E a sombra da cruz que assim, povoa e civiliza o deserto".
Foi isto mesmo que sucedeu em Acaraú. Como dissemos, as primeiras casas aqui levantadas, foram dispostas em ruas, no objetivo de formar-se um amplo quadrilátero.
Dizem que no meado do século XVIII os moradores da povoação de Acaraú, localizada quase à embocadura do Rio das Garças, resolveram edificar uma capelinha, na qual seriam realizados os atos do culto cristão.
Então o Pe. Agostinho de Castro Moura, que naquela época residia no povoado de Almofala, a pedido dos representantes da Barra do Acaraú, aqui veio, para escolher um local conveniente onde deveria ser construído o pequeno templo.
Como era crível aquele sacerdote deu preferência exatamente ao ponto onde hoje se ergue a majestosa Igreja-Matriz de Acaraú, já pela conveniência do terreno; já em razão das moradias existentes no local. 

A população ficou satisfeita com a escolha, e, de imediato, começou a construir a capela, que foi consagrada a Nossa Senhora. Entretanto, as condições financeiras dos interessados, não lhes permitiram fazer mais do que uma igrejinha de taipa, coberta de palha, pois a telha e o tijolo eram materiais de difícil aquisição, naquelas "priscas eras que bem longe vão".
O templo era de tão acanhadas dimensões que, no ano de 1849 aqui esteve, em Visita Pastoral, a Cônego Antônio Pinto de Mendonça, a qual deixou de realizar uma cerimônia solene, "porque a dita casa de oração não tem capacidade para isso". 

O eminente historiador F. Sadoc de Araújo afirma ˜o POVO de 14.11. 82 - que "não encontrou, até hoje, qualquer documento que faça menção a essa capela".
Na verdade, em nosso livro "Município de Acarau", publicado em 1971, dissemos que nos faltavam documentos idôneos, motivo porque os informes que ali registramos sobre referido templo, foram colhidos na tradição oral, única fonte de que então podemos dispor, e que nos deu a capelinha como levantada em 1749. 

O saudoso Bispo D. José Tupinambá da Frota, em seu precioso livro "Historia de Sobral", 1ª ed. pag. 31, informa que, no tempo das charqueadas - 1745/1790 - "era incessante o trânsito entre a Vila de Sobral e o porto de Acarau", e que "não menos de 900 carros trafegavam continuamente nos meses do verão". 

Dai se pode concluir que o número de moradores da Barra do Acaraú já era   relativamente apreciável. E dado a espírito religioso da época, é fácil acreditar que houvesse um local próprio onde os fiéis se reuniam para o exercício do culto, em comum. E foi isto, exatamente, o que nos levou a crer no que então nos informaram sabre aludida capelinha. 

E acresce que ate hoje não tínhamos conhecimento da "Ermida de Nossa Senhora da Guia", construída, pelo Pe. Francisco Gonçalves Ferreira Magalhães, em 1815, e mencionada por Mons. Sadoc, em seu utilíssimo trabalho publicado em O POVO. É provável, até, que nossos informantes a confundissem com a igrejinha de paredes de taipa a que aludimos tanto em Acaraú.                     
                           




Fonte: Acaraú cidade centenária - Nicodemos Araújo-via Blog Paróquia de Acaraú-Notas para sua história, por Totó Rios.

Fonte: Blog Paróquia de Acaraú
























quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Criação Diocese do Baixo Acaraú

A criação de uma Diocese no Baixo Acaraú, compreendendo as Paróquias de Santana do Acaraú, Morrinhos, Marco, Bela Cruz, São Francisco da Cruz, Itarema, e Acaraú, há muitos anos constitui um dos grandes sonhos da catolicidade dessa vasta e populosa região litorânea.
E, como é natural, o município de Acaraú tem pleiteado que, uma vez criada, seja mesma Diocese sediada nesta cidade. 

Em artigo editorial do jornal O ACARAÚ, edição de 15.1O-55, já dizíamos: - "Há longos anos vem-se falando na criação de um nôvo Bispado no Ceará, a ser sediado nesta cidade que, pela sua posição geográfica no Estado, atenderá perfeitamente  aos interêsses religiosos desta região".

O tempo, que não espera por ninguém, foi transcorrendo, em data de 25 de agôsto de 1956, uma Comissão composta drs. Nélson Andrade Sales, Expedito Albano da Silveira e José Teúnas Ferreira de Andrade, em nome do Centro Acarauense, entendeu-se, em Fortaleza, com os Exmos. Srs. Dom Antônio de Almeida Lustosa, então Arcebispo do Ceará, e Dom José Tupinambá da Frota, então Bispo de Sobral, sôbre a criação da Diocese de Acaraú, mostrando-se, então, o saudoso Dom José francamente favorável à pretensão dos acarauenses

E, encorajados pelas palavras de esperança que ouviram, logo dois dias após, aquêles ilustres conterrâneos promoveram, entre a Colônia acarauense domiciliada naquela Capital, uma arrecadação de contribuições, para ocorrer as despesas com a futura Diocese do Baixo Acaraú, conseguindo angariar a importância, de Cr$ 20.000,00, que então representava quantia relevante.

A 2 de setembro do mesmo mês e ano, o dr. Nélson Sales, Prefeito Geraldo Benoni Silveira e numerosos outros elementos da sociedade acarauense, realizaram, no Recreio Dramático Familiar, uma reunião, também com o objetivo de conseguir donativos para igual fim, arrecadando, então, mais Cr$ 30.000,00, perfazendo, assim, um total de Cr$ 50.000,oo. Essa importância, no dia imediato, isto é, a 3-9.56, foi entregue, em Sobral ao Exmo. Sr. Dom José Tupinambá da Frota, pelos srs. dr. Geraldo Benoni Silveira, dr. Nélson Sales e sr. Manoel Damião da Silveira. Destinava-se, aquela quantia, a satisfazer as despesas iniciais. E a documentação foi preparada. De modo que, a 6-11-57, o jornal UNITARIO. de Fortaleza estampava esta alviçareira notícia: - "Por intermédio da Nunciatura, acabam de ser remetidas à Roma, propostas para a criação das Dioceses de Tauá, Iguatu, Itapipoca e Acaraú. E adiantava, o conceituado vespertino: - "Pelo que conseguimos saber junto à Secretaria do Arcebispado, o resultado da criação das 4 Dioceses poderá chegar a qualquer momento". E O ACARAÚ, de 15-11-57, assim afirmava: - "Os acarauenses, fiéis aos seus ideais cristãos e progressistas, nem um só instante abandonaram o objetivo colimado, que era, e é, conseguir a elevação desta Paróquia à categoria de Bispado". E adiantava: - "Acaraú não deixa de reunir grandes possibilidades, sobressaindo, entre outras, o Patrimônio de nossa Padroeira, que é mais rica do Estado, se não de todo o Nordeste. E é preciso notar que, provavelmente, não será desprezado êste aspecto, por isto que um Bispo bem que carece de recursos financeiros suficientes, para criar e manter obras de assistência social, religiosas e educacionais, dentro do território da sua Diocese e entre o rebanho confiado ao seu zêlo apostólico",

Entretanto. o tempo passou, e não mais se falou no assunto.

Hoje, decorridos 13 anos depois dêsses movimentos, criadas já foram as Dioceses de Iguatu e Itapipoca, Crateús e Quixadá. E o Baixo Acaraú ainda continua confiando e esperando a sua Diocese, como é de justiça, mesmo porque é possível que somente os rendimentos dos Patrimônios paroquiais de Acaraú, Bela Cruz e Marco sejam suficientes para a manutenção da Cúria Episcopal.

Fonte: Município de Acaraú - Nicodemos Araújo